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Nome
Liliana Goncalves
Submetido por lcgoncalves a 1 September 2025
Presidente do ISCAL alerta para problemas estruturais escondidos pela remuneração média em Portugal
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Pedro Pinheiro, Presidente do ISCAL, publicou no ECO o artigo de opinião intitulado "Remuneração média esconde problemas estruturais", no qual reflete sobre os dados recentemente divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) relativos à remuneração bruta mensal média por trabalhador no segundo trimestre de 2025.

Apesar de se ter registado uma subida de 6% face ao mesmo período de 2024, atingindo os 1741 euros, Pedro Pinheiro sublinha que este número não deve ser analisado de forma isolada:"Este valor médio deve ser analisado com cautela, pois esconde disparidades significativas entre regiões e setores, evidenciando a necessidade urgente de diferenciação profissional para atrair e reter talento qualificado."

No artigo, são ainda destacadas desigualdades regionais - com Lisboa e Porto acima da média e o interior do país bastante abaixo -, assim como discrepâncias entre setores: tecnologia e saúde apresentam salários mais elevados, enquanto comércio, turismo e agricultura ficam significativamente atrás. Estas diferenças, segundo o Presidente do ISCAL, "não só afetam a qualidade de vida dos profissionais, como também dificultam o desenvolvimento económico equilibrado e sustentável em todo o território".

O docente chama também a atenção para o risco de fuga de talentos, sobretudo entre os jovens mais qualificados: "Sem políticas salariais que reflitam o valor real destes profissionais, o país corre o risco de perder capital humano essencial para o seu desenvolvimento económico e inovação".

Como solução, o Professor defende uma visão estratégica que vá além do aumento salarial pontual, integrando remuneração justa, valorização das competências, formação contínua e oportunidades de progressão. "O desafio não é apenas pagar mais, mas pagar melhor, criando estruturas salariais que valorizem competências críticas e promovam o crescimento sustentável", afirma.

O texto conclui reforçando que o verdadeiro motor de inovação e competitividade não está apenas nos números nominais, mas na capacidade de Portugal criar condições para atrair e reter talento qualificado, transformando a remuneração em fator de desenvolvimento económico sustentável.

O artigo completo pode ser lido aqui.