Portugal continua a adiar decisões essenciais para o seu desenvolvimento. Como se lê no artigo publicado no Jornal Económico, a opinião de pedro Pinheiro Presidente do ISCAL, "cada ano em que se adiam reformas estruturais representa mais um ano de perda de jovens qualificados, degradação dos serviços públicos e oportunidades desperdiçadas". Esta constatação é tanto um alerta como um diagnóstico claro do momento que o país atravessa.
De acordo com o Presidente, no sector da educação a situação é particularmente preocupante: "estamos a poucos anos de uma situação de rutura no sistema educativo, com a iminente reforma de milhares de professores e sem qualquer plano credível para os substituir", refere. A ausência de resposta estratégica tem vindo a agravar uma realidade que já se faz sentir nas escolas: escassez de docentes em várias disciplinas, distribuição desigual dos profissionais pelo território e uma carreira cada vez menos atrativa para os mais jovens.
Também na saúde o Presidente diz que o padrão se repete: "as carências médicas, que hoje se fazem sentir, já eram previsíveis há dez anos", lê-se no artigo. A falta de planeamento e de investimento continuado está a pôr em causa a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde, acentuando desigualdades no acesso e sobrecarregando os profissionais.
Esta lógica de adiamento estende-se a outras áreas fundamentais, como a justiça, a habitação, a transição energética e a administração pública. "Portugal não precisa de grandes consensos para resolver problemas de curto prazo. Precisa de acordos políticos sustentáveis para enfrentar problemas de longo prazo, cuja solução demora anos a produzir resultados." A constante preocupação com o imediato impede o país de construir soluções duradouras, com base em diagnósticos sérios e metas claras.
O alerta é simples, mas urgente: sem visão de futuro, o presente torna-se frágil e o progresso adiado. "O planeamento não é um luxo – é uma necessidade vital", conclui Pedro Pinheiro.
Enquanto instituição de ensino superior, o ISCAL assume o compromisso de contribuir para uma cultura de responsabilidade pública, pensamento estratégico e serviço ao bem comum. Mais do que nunca, é fundamental preparar os atuais e futuros profissionais para um país que saiba antecipar os desafios e atuar com coragem e competência.
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